sábado, 14 de junho de 2008

VLADO *

Eletrochoque
Na testa
Na fresta
Do ouvido
E o grito
Da entranha
Emaranhado
Da dor
Presa
Na teia
Do DOP
Do DOI
Dá dó
Dá dado
Dá número
Errado
Azar
Azedo
Exílio
Pra fora
do trilho
Na rua
Procura
Por si:
Tortura.

* À Vladimir Herzog, cineasta e jornalista brasileiro torturado e morto durante a ditadura militar. À todos os demais que, de alguma forma, tiveram a alma comprimida pela brutalidade do período. E àqueles que, ainda hoje, também sofrem com a tortura velada dos eletrochoques das barbáries da vida cotidiana.

Um comentário:

Danilo Lima disse...

Estranho. Muito estranho. Por que é que alguém a esta altura do campeonato faria um poema sobre Vladmir Herzog? Por que, se a maioria das pessoas da idades desta pessoa, mal sabem quem foi Vlado e mal sabem o que aconteceu naquele Dops? Estranho. Estranho, até porque estava vendo o documentário dele esses dias e estava lendo o Brasil Nunca Mais com a história e pensei: hoje a história de Vlado não passa de um mero esquecimento. De repente eu vejo esse poema. Estranho.