sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dezoito de agosto

Estou em agosto, onde ainda é inverno.
Minhas mãos, costumeiramente frias,
congelam em instantes tudo o que me cerca.
Certezas, perspectivas e crenças,
aquilo que outrora evaporava em gotículas de esperança
precipita-se nas pedras de gelo do temporal que se aproxima.
Tão certo acreditar na previsão do tempo?
Por tantas vezes errada!
O desânimo de suas antecipações coloca-me uma sacada trancada:
cômodo fechado aos raios de sol,
que docemente pedem-me licença para entrar.
Do lado de dentro faz frio e do lado de fora,
rotina esconde tristeza, menina esconde mulher.
Quando desenhos de pequena, as nuvens sorriam.
Hoje os olhos vêem-se apenas ao fundo,
aprisionados pela fumaça a esconder seu brilho.
Enquanto sentem-se os graus negativos,
Recolho-me ao silêncio
e hesito em permitir frestas ao calor.
Não vou mais à sacada porque tenho medo.
Ironicamente, ventou muito esta semana.

Um comentário:

Anônimo disse...

http://corolariosdeumbeijo.blogspot.com/2007/12/roubo-sutil.html