sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pequena Fábula dos Caminhos sem Fim



O cenário, no início, recheava-se de pinheiros.
Plantação quadriculada e articulada aos raios de sol, os pinheiros eram, como ela, arraigados à terra. E fiéis à raízes e troncos, cresciam ambos – verde-menina – com a certa alegria de quem caminha rumo ao céu.
Sol e dias e frio e chuva e calor e o homem.
O desgaste da natureza e interesses (des)umanos podaram, certo dia, todos os pinheiros. Sem os pinheiros, o solo restou só e o vento soprou apenas o vazio.
Em não havendo pinheiros, acabou-se cheiro e sombra.
Na falta do refúgio, afastou-se de si mesma, chorou um mar de tristes ondas.
Mas sabedoria de mãe é colo e solo só é ainda terra firme.
Pois que na escuridão da noite e na secura do terreno órfão, ventos leves e brisas trouxeram sementes novas e pequeninas.
E silenciosamente misturadas às lágrimas da menina, floresceram um novo jardim de multicores.

Um comentário:

Joyce Cristina disse...

Gostei muito! Parabéns!