Escapamento
tem vez que o poema escapa
como a bexiga de gás hélio
que a gente compra na praça
como a tarracha do brinco que some
dentro do próprio apartamento
ou como o guarda chuva
e o guardanapo
que saem voando com o vento.
como a bexiga de gás hélio
que a gente compra na praça
como a tarracha do brinco que some
dentro do próprio apartamento
ou como o guarda chuva
e o guardanapo
que saem voando com o vento.
tem vez que o poema engata
como aquele acesso de risada
que a gente não consegue parar
como a história maluca da amiga
que não tem fim de tão comprida
ou como quando sem perceber
a gente corre
bem mais do que a planilha.
como aquele acesso de risada
que a gente não consegue parar
como a história maluca da amiga
que não tem fim de tão comprida
ou como quando sem perceber
a gente corre
bem mais do que a planilha.
tem vez que o poema engasga
como quando o sinal amarela
e a gente hesita entre ficar e ir
como aquela piada sem graça
contada na pior hora
ou como aquele nó na garganta
que chora
enquanto a gente sorri.
como quando o sinal amarela
e a gente hesita entre ficar e ir
como aquela piada sem graça
contada na pior hora
ou como aquele nó na garganta
que chora
enquanto a gente sorri.